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Vida de estudante de Medicina Veterinária!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

COAGULAÇÃO SANGUÍNEA


A coagulação sanguínea é um processo que tem como finalidade a hemostasia (cessação do sangramento). Para que a coagulação seja ativada é necessário que haja uma lesão vascular (qualquer anormalidade mecânica na atividade de um vaso sanguíneo).

ETAPAS DA HEMOSTASIA

1- Constrição do vaso lesionado
2- Formação de agregado frouxo temporário
3- Formação de malha fina de fibrina
4- Dissolução parcial ou total do tampão hemostático ou trombo pela plasmina.

FASES DA HEMOSTASIA

1- FASE VASCULAR

Principal regulador: endotélio vascular


  • São produtos das células endoteliais:


  1. Fator VIII e V da cascata da coagulação
  2. Inibidor da ativação de plasminogênio
  3. Fator ativador de plaquetas
  4. Substância pró coagulante semelhante à tromboplastina
  5. fator tecidual de coagulação
  6. Receptores para os fatores IX e X
  7. Receptores para fibrinogênio e trombina

PROCESSO DE COAGULAÇÃO FASE VASCULAR:


  • A lesão vascular causa :


  1.  Vasoconstrição reflexa
  2.  Vasodilatação transitória
  3.  Vasoconstrição sustentada
  • Posteriormente há uma redução do fluxo sanguíneo e liberação de substâncias vasoconstritoras pelas plaquetas: Serotonina e Tromboxana A2.
  • Liberação de outros vasoconstritores no coágulo hemostático: Fibrinopeptídeo, Adrenalina e Noradrenalina.
2 - FASE PLAQUETÁRIA

A lesão vascular causa:

  • Adesão das plaquetas a estruturas subendoteliais expostas
  • Ativação das plaquetas
  • Estimulação da atividade metabólica
  • Síntese de mensageiros intravasculares
  • Formação de agonistas plaquetários potentes
  • Conversão das plaquetas discóides para a forma esférica com pseudópodes
  • Adesão plaquetária
  • Fusão das membranas plaquetárias e liberação de substâncias amplificadoras da ativação plaquetária
  • Liberação de Liberação de serotonina, ADP e TXA2 (atraem mais plaquetas)
  • Formação de tampão plaquetário
O processo da adesão de uma plaqueta à outra para formação do tampão plaquetário denomina-se METAMORFOSE VISCOSA.

Quando o colágeno é exposto, devido à lesão, as plaquetas se juntam na estrutura subendontelial.
O fator no qual a plaqueta  se liga ao colágeno é denominado FATOR DE VON WILLIBRAND.
As plaquetas aderem-se também às membranas basais e outras estruturas do subendotélio, mas necessitam de íons Ca+ livres.

3- FASE ENZIMÁTICA

FASE ALTAMENTE DEPENDENTE DE CÁLCIO!!!


 A via extrínseca necessita de um estímulo externo e a via intrínseca necessita apenas de uma anormalidade na parede vascular.


  • A partir do fator X se inicia a via comum.
  • Quanto mais fator XII tiver, maior a eficiência da via intrínseca
  • Cálcio+ fosfolipídeo + fator V= complexo prototrombinase
  • A trombina quebra o fibrinogênio em monômeros de fibrina.
  • A fibrina se liga ao tampão plaquetário (se apresenta de forma instável)
  • Trombina ativa fator XIII que ativado forma fibrina altamente estável ( As ligações entra as fibrinas estáveis são formadas por pontes de dissulfeto).


REGULADORES DA CASCATA ENZIMÁTICA

Mantém a cascata em equilíbrio para minimizar os riscos de trombose.

1- Inibidores da Trombina:

  • Antitrombina III: inibe a atividade dos fatores IX, X, XI e XII ativados, é potencializado pela heparina
  • Cofator II de Heparina
2- Alfa 2-macroglobulinas

  • Glicose em excesso se liga à parede do vaso em animais diabéticos e ocorre a glicosilação do endotélio vascular
  • Exposição do colágeno e ativação da via intrínseca
3- Vitamina K


  • Fator antihemorrágico
  • Essencial na biossíntese de Protrombina, Fatores VII, IX e X e das Proteínas C e S
  • É lipossolúvel e somente absorvida através dos sais biliares
  • Transportada pela Albumina,

–Fontes:

•Vitamina K1 (filoquinona) – óleos e vegetais folhosos
•Vitamina K2 (menaquinona) – bactérias intestinais




4- Proteínas C e S:

  • Superfície plaquetária é composta por fosfolipídeos de membrana e possui receptores para proteínas e outras moléculas
  • Estes receptores atraem proteínas da coagulação e promovem ambiente favorável para os fatores da coagulação
  • A proteína S permanece ligada à superfície plaquetária e juntamente com a proteína C ativada promove a inativação dos fatores V e VIII ativados.


FIBRINÓLISE


  • É a dissolução do coágulo de fibrina,
  • Necessário para a cicatrização tecidual (reposição do tecido original lesado),
  • É realizada pela enzima PLASMINA, derivada da proteína plasmática PLASMINOGÊNIO,
  • A plasmina degrada as ligações entre os monômeros de fibrina,
  • Os produtos da degradação são excretados através da malha vascular pulmonar (expiração).
DESORDENS DA COAGULAÇÃO


 A Hemofilia A é uma doença hemorrágica hereditária, ligada ao cromossomo X,
causada pela deficiência do Fator VIII, uma glicoproteina que participa da via
intrínseca da coagulação sanguínea. Sua manifestação clinica mais comum é a
hemartrose ( sangramento dentro do espaço articular). Estas hemorragias são geradas a partir de hematomas que surgem após mínimos traumatismos ou mesmo espontaneamente. A severidade da doença
está diretamente relacionada com a extensão da deficiência de FVIII, e que pode se
manifestar sob as formas clinicas severa, moderada e leve. É descrita em seres humanos.

A hemofilia B é uma doença hereditária associada ao cromossomo X e consiste na deficiência do fator IX da coagulação sangüínea. Esta doença hemorrágica afeta um em cada 30.000 homens no mundo todo.

A doença de von Willebrand (DvW) é um distúrbio hereditário caracterizado por uma lentidão anormal da coagulação do sangue.
Pacientes com essa doença apresentam hemorragias espontâneas e prolongadas no nariz e na gengiva. A doença de von Willebrand ocorre em aproximadamente 1 em cada 1.000 pessoas e incidem na mesma proporção tanto em homens quanto em mulheres.
A doença de von Willebrand ocorre quando um dos fatores de coagulação, o chamado fator de von Willebrand, não funciona corretamente ou quando este não é produzido em quantidade suficiente no sangue. Quanto menor o nível de atividade do fator de von Willebrand no sangue da pessoa, mais grave é a doença.
Em muitos pacientes com a doença de von Willebrand, o fator VIII, outro fato de coagulação, também se apresenta em baixas quantidades.
 Deficiência de vitamina K
Decorrente da deficiência nutricional, problemas de absorção, conversão da fonte de vitamina K em sua forma ativa (vitamina K carboxilada) ou por contato com drogas Cumarínicas (ex.: raticidas)
Os cumarínicos inibem a síntese  hepática, dependente da vitamina K1 da protrombina (fator II) e dos fatores VII, IX e X. O efeito antiprotrombina é a  base para a detecção e avaliação do envenenamento clínico. O prolongamento  do tempo de protrombina em decorrência de dose tóxica, comumente atinge  seu máximo dentro de 36 a 72 horas (BLACK, 2001).  Atuam também deprimindo a capacidade de agregação plaquetária  ainda que nas intoxicações não se observe uma queda no número de  plaquetas/cmno sangue. Verifica-se o aparecimento da fragilidade capilar nos animais intoxicados. (SAKATE 2002) 









http://www.youtube.com/watch?v=e4cQw70owYA

http://www.youtube.com/watch?v=PRkoJc-YehE&feature=related